No caso do CrunchBang existem também diversos guias mas para versões diferentes ou então com métodos que me pareceram menos óbvios. Assim, e após muitas pesquisas e análises encontrei este guia [1] que contém informação importantíssima, nomeadamente a indicação que o CrunchBang utiliza um sistema antigo do Debian Live (que serve de base ao ambiente live do CrunchBang) e, assim, a documentação oficial do projeto Debian Live [2] não é suportada pelo CrunchBang.
Setup da Pen
Criar as partições necessárias
Serão utilizadas duas partições:
- A primeira partição será ext2 com a label persistence e que terá todo o espaço disponível na pen subtraindo o espaço necessário para gravar o ISO.
- A segunda partição ext2 e com espaço para gravar o ISO.
Atenção ao caminho do device da pen!
n - criar nova partição
p - partição primária
0 - início da partição
+3GB - espaço a ocupar
a - ativar flag de boot para poder arrancar por pen
n - criar nova partição
p - partição primária
[enter] - aceitar início da partição (setor a seguir ao último da anterior)
[enter] - aceitar final da partição (último setor do volume)
w - escrever as alterações a tabela de partições
q - sair
Escrever ISO do CrunchBang para a segunda partição
Caso a segunda partição esteja montada deve ser desmontada antes de se escrever o ISO.Atenção ao caminho do device da pen!
$ dd if=crunchbang-11-20130506-amd64.iso of=/dev/sdX2; sync
1513472+0 records in
1513472+0 records out
774897664 bytes (775 MB) copied, 359.334 s, 2.2 MB/s
Criar o filesystem para a persistência
Atenção ao caminho do device da pen!
$ mkfs.ext2 -L persistence /dev/sdX1
Configurar a persistência
Há várias hipóteses de configuração da persistência da informação e tal tem que ser feito no ficheiro live-persistence.conf (porque o CrunchBang utiliza uma versão antiga do debian live, senão seria o ficheiro persistence.conf como é documentado oficialmente) na raiz da primeira partição (designada de persistence). Assim, é necessário montar esta partição para que se possa criar e editar o ficheiro.
Persistência Total
Neste caso todos os ficheiros que são alterados ou criados são copiados e guardados na pen. É possível atualizar o sistema, instalar outros programas e alterar configurações e manter tudo isso na pen. Para tal, o ficheiro live-persistence.conf deverá ter apenas uma linha com:
/ union
Persistência Parcial
Se não for pretendido guardar toda a informação é possível definir apenas as definições dos utilizadores e indicar apenas a pasta /home para persistência.
No exemplo seguinte, o ficheiro live-persistence.conf as pastas /home e /opt serão montadas com a opção bind (que é a opção por defeito e pode ficar apenas com o caminho da pasta) pois no ISO não existem informações dos novos utilizadores que serão criados nem software instalado em /opt (esta é uma opção minha, explicada mais à frente na Instalação de Software).
A pasta /boot/grub também será montada desta forma pois é lá que se encontra o grub.cfg responsável pelo arranque da pen (será explicado de seguida em Instalar e Configurar o GRUB) e que assim poderá ser editado facilmente também a partir do sistema persistente.
A opção de montagem das restantes pastas é union que faz a reunião (em tudo análogo à reunião da teoria de conjuntos na matemática) dos ficheiros existentes no ISO com os que ficam na pen nas mesmas pastas, poupando-se assim bastante espaço na pen, pois apenas ficam guardados os novos ficheiros ou os que forem alterados.
/homeNo exemplo seguinte, o ficheiro live-persistence.conf as pastas /home e /opt serão montadas com a opção bind (que é a opção por defeito e pode ficar apenas com o caminho da pasta) pois no ISO não existem informações dos novos utilizadores que serão criados nem software instalado em /opt (esta é uma opção minha, explicada mais à frente na Instalação de Software).
A pasta /boot/grub também será montada desta forma pois é lá que se encontra o grub.cfg responsável pelo arranque da pen (será explicado de seguida em Instalar e Configurar o GRUB) e que assim poderá ser editado facilmente também a partir do sistema persistente.
A opção de montagem das restantes pastas é union que faz a reunião (em tudo análogo à reunião da teoria de conjuntos na matemática) dos ficheiros existentes no ISO com os que ficam na pen nas mesmas pastas, poupando-se assim bastante espaço na pen, pois apenas ficam guardados os novos ficheiros ou os que forem alterados.
/opt
/boot/grub
/etc union
/usr union
/var union
/bin union
/sbin union
Tudo o que for guardado fora destes locais será descartado quando o computador for desligado ao reiniciado.
Nota: Até agora não foi necessário incluir outras pastas, mas com instalações de mais software é provável que seja necessário acrescentar ao live-persistence.conf as pastas /lib, /lib32 ou /lib64 como union.
Também será óbvio que caso sejam configurados serviços ou programas que necessitem guardar informação noutras pastas, as mesmas sejam acrescentadas, por exemplo: /srv ou /root.
Nota: Até agora não foi necessário incluir outras pastas, mas com instalações de mais software é provável que seja necessário acrescentar ao live-persistence.conf as pastas /lib, /lib32 ou /lib64 como union.
Também será óbvio que caso sejam configurados serviços ou programas que necessitem guardar informação noutras pastas, as mesmas sejam acrescentadas, por exemplo: /srv ou /root.
Instalar e Configurar o GRUB
A partir deste momento é necessário instalar o GRUB e configurá-lo para que a pen possa arrancar em modo persistente ou efetuar um arranque live.A documentação relativa ao GRUB2 (1.99) existente na comunidade ubuntu [3] e do dedoimedo [4]. ajuda muito na configuração do GRUB.
Outra ajuda está no ficheiro ISO do CrunchBang em /isolinux/live.cfg.
As opções para o boot de persistência e a forma de funcionamento estão no projeto debian live [2].
Atenção ao caminho do device da pen!
$ grub-install --force --no-floppy --root-directory=/media/persistence /dev/sdX
$ nano /media/persistence/boot/grub/grub.cfg
set timeout=5
set default=0
menuentry "#! 11 - waldorf 64bits - Persistence" {
linux (hd0,2)/live/vmlinuz boot=live config persistence
initrd (hd0,2)/live/initrd.img
}
menuentry "#! 11 - waldorf 64bits - Live" {
linux (hd0,2)/live/vmlinuz boot=live config
initrd (hd0,2)/live/initrd.img
}
Nota: Ainda falta confirmar se a partir do sistema live da pen dá para fazer uma instalação limpa num computador.
Configuração do ambiente com persistência
Gestão de utilizadores
É conveniente criar um novo utilizador pois por defeito o ambiente live do CrunchBang permite autologin do utilizador crunchbang e cuja password é live.
Acrescentar o utilizador user e fazer dele colocá-lo como sudoer:
$ sudo adduser user
$ sudo adduser user sudo
$ sudo adduser user sudo
Acrescentar uma password à conta de root:
$ sudo su$ passwd
Remover o utilizador crunchbang (depois de ter trocado para o utilizador criado anteriormente):
$ sudo deluser crunchbang
Teclado
Para definir o teclado português é necessário alterar o ficheiro /etc/default/keyboard e depois reiniciar o computador ou então executar o comando udevadm.$ sudo nano /etc/default/keyboard
...
XKBLAYOUT=pt
...
$ sudo udevadm trigger --subsystem-match=input --action=change
Atualização do sistema
$ sudo apt-get update$ sudo apt-get upgrade
Instalação de software
A instalação de software através de apt-get install irá acrescentar informação à pen, normalmente nas pastas /usr e /var.
Caso se pretenda instalar software extra que não está nos repositórios ou versões mais atualizadas destes é possível instalá-los manualmente em /opt, o que também irá ocupar espaço na pen.
Dúvidas, Problemas e Pensamentos
Depois deste setup não tive ainda grandes problemas, mas deverão surgir com uma utilização do persistente mais intensiva...
De futuro falta garantir que a utilização do ambiente live da pen permite instalar fisicamente uma nova máquina com o crunchbang.
Falta ainda saber se a adição de mais software necessitará da utilização persistente de mais pastas (/lib e afins) na pen.
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